sexta-feira, 19 de março de 2010

Dias se foram...

E eu sem dar notícias. =p Mas voltei porque estive inspirada esses dias pra escrever a minha primeira fic H/G (assunto de quem gosta de Harry Potter) e, sem mais delongas, aqui vai ela:

Lírios Ruivos

Harry Potter, ansioso e preocupado, andava pelas ruas de Londres indiferente à chuva fina que caía. Passou por diversas lojas, com esperança de encontrar o presente de aniversário perfeito para sua namorada, Ginny Weasley, que completava 18 anos naquele dia.

A festa na Toca estava marcada para começar às 21 horas, por isso, o garoto olhou o relógio de pulso: ainda lhe restavam 8 horas.

Sua barriga começou a roncar, suplicando por comida, já que ele saíra desesperado de casa, sem ao menos tomar um copo de água, há 3 horas.

Concluiu que, sem comer, não ia conseguir pensar direito em algo que não fosse comida, portanto, aparatou em Godric’s Hollow.

Harry resolveu morar na antiga casa de seus pais, que, por direito, era sua: uma casa cheia de recordações que ele não lembra ter vivido, mas se sentia bem lá, como se estivesse finalmente voltando para a sua casa, depois de um longo período fora.

Há de se admitir que, no começo, não foi fácil: todas aquelas lembranças, fotos, objetos o fizeram se sentir muito triste pelo cruel destino de ser órfão. Contudo, ele aprendeu, aos poucos, a pensar que aquilo tudo eram só provas de que seus pais se amaram e o amaram e do quanto foram felizes naquele pouco tempo de casados.

Era isso que consolava e alegrava o jovem toda vez que, como agora, aparatava lá e usava as panelas de sua mãe para cozinhar. Não era um especialista: aprendeu alguns feitiços domésticos com Ginny, mas teve sua potencial habilidade com eles prejudicada, pois não conseguia se concentrar direito com a namorada tão perto. O que, às vezes, salvava o garoto eram as guloseimas que a Sra. Weasley mandava por correio quase todos os dias.

Harry comia silencioso, ainda pensando em como presentear a sua ruivinha, quando teve um ideia: há alguns dias andou lendo o diário de sua mãe, que encontrou no quarto dos pais assim que resolveu morar em Godric’s Hollow.

“Se alguém pode me ajudar a entender a cabeça das mulheres – e, principalmente, das ruivas – essa tem que ser a minha mãe” – pensou, entusiasmado.

Terminou rapidamente de comer para logo ler o diário: folheou algumas páginas das quais ele só captou as mensagens: “Ele é um grande idiota, arrogante!”, “Ele está muito... Diferente. O que será que está acontecendo?” e “Eu acho que gosto dele”.

Harry riu um bocado, principalmente por isso lembrava muito um casal de amigos que... Bom, não vem ao caso agora. Ele estava à procura de um presente especial de James Potter à Lily Evans para poder se inspirar e, depois de muito procurar, teve a intuição de que estava chegando onde queria:

“Hogwarts, 14 de Janeiro de 1983 (N/A: Data sem precisão cronológica, mas significativa pra mim.)

Hoje fez um mês que eu aceitei namorar o Jimmy! Nossa, se ele fosse ler isso, acho que teria um ataque e me matava. Onde já se viu preferir “Pontas”? Aliás, ainda vou descobrir o porque desses apelidos.

Mas não vim falar, ou escrever, sobre isso. Eu estou explodindo de felicidade porque ele lembrou! Nós fomos para Hogsmeade e ele me deu um buquê de lírios cor-de-abóbora! Quer dizer, é melhor corrigir: lírios ruivos, meus irmãos, de acordo com ele.

São tão lindos! E, pra terminar, ele chegou a dizer que o ruivo dos meus cabelos é mais bonito! Só de escrever isso, meu rosto fica quase da cor dos lírios.


Agora chega de cores, tenho que dormir! Como se eu fosse conseguir tão fácil...

L.E.”


Harry teve que admitir que seu pai sabia ser romântico e elogiar. Nessa hora, ele sentiu um aperto no peito por não ter o pai por perto para dar esse tipo de dica sobre garotas e algumas lágrimas brotaram do rosto: saudade de quem não conheceu.

Espantou os pensamentos nostálgicos da cabeça e partiu para a rua novamente, para encomendar o presente de Ginny. Entrou em várias lojas, tentando resistir à tentação de copiar o pai, até que percebeu que não conseguiria: foi às floriculturas bruxas.

Entrou e saiu de umas cinco, sem sucesso, até perceber que os lírios de seu pai não eram vendidos por bruxos: concluiu que coisas trouxas também podem ter sua magia.

Andou em direção a sua casa, pois se lembrou de uma tenda antiga cheia de flores e um velhinho simpático que as vendia. Logo que chegou, enxergou os lírios que procurava e falou:

- Bom dia, aquelas flores... – ele disse e apontou – Estão à venda?

O vendedor mexeu em seus óculos como se não acreditasse:

- Eu conheço você, não?

- Acho que não...

- Tenho certeza que sim. Mas você não envelheceu nem um pouco, rapaz!

Harry sorriu, compreendendo. Antes que pudesse explicar, o velho recomeçou a falar:

- Pode levar, pode levar... Não precisa pagar.

- Mas eu tenho...

- Não perguntei se você tinha dinheiro – cortou o velho, simplesmente. – Estou te dando. Como um presente.

- Obrigado – Harry disse e sorriu.

- Eu vejo que está amando... Pelos seus olhos. Você parece preocupado em dar o presente certo, entrou e saiu de casa tantas vezes, sempre apressado... Se o melhor presente é esse, fico feliz em ajudar.

Harry percebeu que alguns trouxas, assim como coisas trouxas, às vezes, também tem magia. Ele logo pegou o buquê e partiu para a Toca, em alguns minutos começaria a festa.

- Harry! – a garota correu para beijá-lo apaixonadamente.

- Feliz aniversário, Ginny! – Harry sorriu e entregou sua surpresa que chamou a atenção de todos os convidados.

- Lindas! São muito lindas! Que flores são essas?

- São lírios.

- Lírios cor-de-abóbora?

- Não, lírios ruivos.

Por fim, Harry constatou que seu pai tinha razão: o ruivo dos cabelos delas é sempre mais bonito.